comida

Fomos conhecer esta moderna cervejaria de Braga (e contamos-lhe tudo)

O Cervelogia abriu no início do outono pelas mãos do chef Pedro Canha. É um verdadeiro culto a esta bebida que alimenta até os pratos.
Uma experiência a repetir.

Os mais variados conceitos gastronómicos têm invadido o País e Braga não tem fugido a essa tendência. Contudo, há quem defenda que, por vezes, devemos confiar nas raízes, tradições e apenas acrescentar um toque pessoal para transformar uma simples proposta gastronómica.

Essa é a missão do chef natural da cidade daqui ao lado, Guimarães, Pedro Canha, que depois de passar por várias cozinhas um pouco por todo o mundo, decidiu inspirar-se nas receitas familiares e elevá-las com uma moderna cervejaria, inspirada também neste conceito tão famoso em países como Áustria e Alemanha.

“Para mim, só existem dois tipos de comida. Boa ou má. És capaz de ir conhecer um restaurante super diferenciado, mas se a comida não for boa, não faz sentido. E pelo contrário, podes ir a um sítio menos charmoso, mas a comida é boa. Não gosto da gastronomia de conceito, gosto apenas de boa comida. Comer e fazê-la, claro”, começa por contar o cozinheiro de 41 anos à NiB. Pedro já passou por cozinhas francesas e italianas, mas acabou por especializar-se mais nas panelas do país vizinho, Espanha. 

Por motivos pessoais, acabou por voltar a Portugal dois anos antes da pandemia e passou pela cozinha do Hotel Open Village, em Guimarães, foi chef executivo do grupo Romando e ainda chefiou a cozinha do Yotel Porto. Dois anos mais tarde, decidiu que estava na hora de voltar às suas raízes e quando surgiu a oportunidade de comandar este projeto que integra o mais recente hotel Holiday Inn em Braga, não pensou duas vezes.

Apesar do restaurante estar inserido no piso térreo da unidade hoteleira e servir de suporte para os pequenos-almoços, tem uma entrada independente para o exterior, pelo que quem visitar o espaço, não necessita atravessar o hall de entrada do hotel. O Cervelogia abriu a 25 de outubro do ano passado e inspira-se nas cervejarias europeias, com um toque minhoto e moderno. Tem capacidade para 65 pessoas e a decoração é despretensiosa, criando um ambiente descontraído.

O chef.

O espaço é um verdadeiro culto à cerveja e o foco nesta bebida é transversal, começando pelas variadas referências de cerveja artesanal que encontra à disposição, de origem nacional e internacional. Nortada, Letra, Japanese Rice Lager, Munich Dunkel, Paulaner, Bavaria e Erdinger, são algumas das opções. No que toca à cerveja à pressão, as cerimónias foram deixadas apenas para a Super Bock.

Contudo, a cervejaria não se fica apenas pelas bebidas, alimentando a maioria dos pratos que vão saindo da cozinha. Por lá, o foco são os snacks e petiscos típicos de uma cervejaria, com uma aposta forte nos sabores típicos da região e nas receitas de família. “Haviam pratos que era obrigatórios termos na carta, como é o caso do schnitzel, algo típico deste tipo de conceitos na Áustria e Alemanha, por exemplo. Os restantes pratos foram pensados para harmonizar com a oferta de cerveja que temos e acabam por ser apurados com esta bebida também”, explica o chef.

E acrescenta: “Na gastronomia tradicional portuguesa já usamos muito álcool, sobretudo quando se trata de marinar as carnes. Então o uso desta bebida nos pratos acaba por ajudar a equilibrar a acidez, combinando-o com algum tempero asiático, que é uma assinatura muito pessoal minha. O exemplo disso está no Bife à Cervelogia, onde tudo é feito de base, o molho é cozinhado durante várias horas e acaba por ganhar um sabor que as pessoas gostam”.

Nas sobremesas é onde confessa usar as influências familiares, tendo utilizado uma receita antiga da tia para o pudim Abade Priscos. “O que tento fazer aqui um pouco é desconstruir as receitas dela. Neste caso, por exemplo, o pudim é finalizado na mesa com redução de vinho do Porto e flor de sal”, acrescenta. 

À New in Braga, o chef revela que até ao final do mês será lançada uma nova carta complemente diferente daquela com que o restaurante abriu as portas. A nova ementa deverá mudar quase na íntegra e nas sobremesas virá uma outra receita familiar, as natas do céu.

Até lá, a equipa da NiB aconselha que prove os famosos ovos rotos do chef, aperfeiçoados dos anos que passou frente aos tachos em Catalunha (11€). Os mini pregos em bolo do caco (12€) e o Tentúgal de alheira (10€) também são pratos obrigatórios deste spot. Porém, se quiser ficar pelos sabores e influências espanholas, fique pelas gambas à guilho (14€).

Como é de esperar, o espaço conta com uma seleção de hambúrgueres, sandwich club e salsicha alemã finalizada em tempura (12,50€). Nos pratos principais está a típica francesinha (12€) e uns ribs de entrecosto (12€) com molho barbecue e yakiniku, que vai conquistar alguns fãs. Para os apreciadores de peixe, há bacalhau à Cervelogia ou bife de atum.

Carregue na galeria para conhecer este espaço que é uma ode à cerveja.

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    R. do Complexo Desportivo, 93
    4715-213 Braga
  • HORÁRIO
  • Segunda-feira a domingo das 12h às 23h
PREÇO MÉDIO
Entre 20€ e 30€
TIPO DE COMIDA
Portuguesa

MAIS HISTÓRIAS DE BRAGA

AGENDA