O Monte Picoto é o maior parque urbano de floresta autóctone no País. Apesar de servir de habitat para várias espécies aquáticas e terrestres, que têm atraído nos últimos anos cada vez mais visitantes — sobretudo investigadores, estudantes e voluntários interessados na observação e estudo da avifauna da região —, a Câmara Municipal pretende dar uma nova vida a este pulmão verde do concelho.
Foi nesse sentido que, no final de março, o município lançou uma haste pública para a constituição de direito de superfície sobre uma parcela de terreno do domínio privado municipal, com a área de quase 12 mil metros quadrados, inserida no Parque do Monte Picoto.
“Infelizmente, não apareceu nenhum interessado. E pelo menos, para já, o processo vai ficar por aqui. Até porque este não era, nem de perto nem de longe, o elemento essencial para o Parque do Picoto”, revelou Altino Bessa, vereador do Ambiente.
O objetivo desta instalação era “levar mais gente” até ao Monte do Picoto, mas o essencial é que continue a ser “um espaço ambiental, sustentável, de lazer, de desporto e de passeio”.
“A Câmara entendeu que não devia ser ela a fazer este investimento, que ainda é bastante significativo e tentou avançar pela via da concessão — não apareceu nenhum interessado, possivelmente devido ao facto de em causa estar um investimento bastante significativo, o investimento ficaria integralmente a cargo do concessionário e seria de cerca de um milhão de euros. Os eventuais investidores fizeram as contas ao retorno e decidiram não arriscar”, acrescentou.
A hasta pública previa que o direito de superfície tivesse um prazo inicial de 30 anos, podendo ser prorrogado por acordo das partes até ao máximo de dois períodos subsequentes de dez anos cada. O preço base do procedimento era de cerca de 85 mil euros, pagos em prestações anuais.
Recorde-se que, em fevereiro, o Monte Picoto, onde também foi realizada a declaração do quilómetro zero dos parques urbanos de flora autóctone, passou a integrar a Rede Nacional de Santuário de Aves. Para o município, esta inclusão representou um “avanço significativo” na proteção e preservação da biodiversidade. Trata-se da primeira área municipal no País a integrar esta rede, com o objetivo de valorizar este parque.
A inclusão do parque nesta rede inclui diversas atividades. Entre elas o recenseamento de aves diurnas e noturnas, que deverá realizar-se ainda durante a primavera. Já no verão, deverão ser estabelecidos planos de gestão faunística. Deverá ainda ser criado um santuário, com dinâmicas e ações de sensibilização da população para a importância de monitorização de espécies e sensibilização da população para a importância da preservação das aves.
Carregue na galeria para conhecer os pontos de interesse do trilho bracarense que o leva a explorar o lado mais verde e tranquilo do concelho.