Luciana Escrivães tem 40 anos, é natural de Esposende e trabalhou durante anos na área da Gestão de Sistemas Integrados. Nunca imaginou que um dia estaria a desenhar candeeiros artesanais. Mas foi precisamente fora da sua zona de conforto que encontrou uma nova forma de viver — e de brilhar.
Em maio de 2024, lançou a Domus Concept Light Studio, uma marca que junta artesanato, decoração e bem-estar emocional. Luciana cria abajures e candeeiros de teto feitos à mão, únicos e personalizadas. Cada modelo é pensado não só para iluminar uma divisão, mas também para representar uma história — seja ela de superação, celebração ou simples desejo de dar alma a um espaço.
“A marca nasceu da minha história pessoal”, conta Luciana. “Durante a adolescência fui vítima de bullying e entrei num processo depressivo profundo. Estive anos a tentar sobreviver emocionalmente. Perdi a minha luz interior”, admite. Foi algo que moldou a sua forma de estar no mundo — mas que não a define.
“A Domus é a resposta a tudo isso. Foi a maneira que encontrei de transformar dor em algo bonito, útil e significativo. É a minha forma de cura — e, agora, também pode ser a de outros”, acrescenta.
Luciana não tinha formação na área criativa nem qualquer experiência no setor da decoração. Mas o interesse por trabalhos manuais esteve sempre presente. A experiência mudou-lhe a vida. Entre tecidos, formas e estruturas, descobriu uma nova forma de se conectar consigo mesma. Percebeu que podia criar peças com significado e dar-lhes uma identidade única, pensada ao detalhe. Pouco depois, com o incentivo do marido, deu início ao projeto que acabaria por transformar na Domus Concept Light Studio.

O que distingue a Domus Concept de outras marcas é a personalização. Aqui, cada peça é feita sob encomenda, com tecidos criteriosamente escolhidos e uma estética vibrante. “Não usamos padrões convencionais. Procuramos cores alegres, texturas diferentes, materiais que despertem emoções. Cada peça é pensada em conjunto com o cliente, consoante aquilo que ele quer transmitir”, explica.
O processo é 100 por cento artesanal e feito em casa, com o apoio do marido, que ajuda na montagem e acabamento. Os pés dos candeeiros são produzidos por uma empresa parceira portuguesa, garantindo qualidade, durabilidade e uma cadeia de produção local e sustentável.
Mais do que objetos decorativos, os abajures da Domus Concept são tratados como pequenas esculturas de luz. “Alguns são mais suaves, com tons neutros e difusos, ideais para criar ambientes tranquilos. Outros são mais marcantes, com padrões arrojados e jogos de sombra, perfeitos para quem quer fazer da luz um ponto focal na divisão”, descreve Luciana.
A marca prepara ainda o lançamento da coleção “Luz & Essência”, composta por velas artesanais produzidas com cera natural e fragrâncias exclusivas. A ideia é reforçar o conceito de bem-estar emocional e sensorial dentro de casa. “Queremos criar ambientes onde as pessoas se sintam bem — espaços onde a identidade, a memória e o conforto estejam presentes”, sublinha.
Cada peça é feita sob encomenda, o que evita o desperdício e permite um controlo absoluto sobre os materiais utilizados. Os tecidos são escolhidos pela sua durabilidade, vibração cromática e toque. Os painéis utilizados são retardadores de chama e têm certificação, garantindo segurança e qualidade.
Os preços variam consoante o modelo e o tecido escolhido. Os abajures personalizados custam entre 35€ e 95€, os candeeiros de teto entre 90€ e 150€, e os puffs (que também integram a oferta da marca) oscilam entre 100€ e 150€.
Até ao lançamento do site oficial, previsto para breve, as encomendas são feitas diretamente através das redes sociais da marca ou por email (light.studio.handmade@nullgmail.com). Por lá, é também possível ver algumas das peças já criadas, com destaque para os tecidos coloridos e as formas originais.
O nome não foi escolhido ao acaso. Domus significa “casa” em latim — um refúgio, um espaço seguro, íntimo e pessoal. Já o logótipo é um túnel geométrico com uma luz ao fundo. “É um lembrete de que, mesmo nos momentos mais escuros, há sempre uma saída. Um destino iluminado à nossa espera”, explica a fundadora.
Para ela, o mais gratificante é o contacto com os clientes e a partilha das suas histórias. “Há uma troca muito bonita. As pessoas abrem-se, contam pormenores das suas vidas. Isso dá ainda mais sentido ao que fazemos.”
A Domus Concept quer ser mais do que uma marca de iluminação. Quer ser um projeto de empatia, beleza e verdade. “A nossa mensagem é simples: há beleza em ser quem és. As cicatrizes fazem parte da nossa história, mas não nos definem. O que nos define é a forma como decidimos iluminá-las”, defende.
Carregue na galeria para ver alguns dos candeeiros criados por Luciana.