“Costumava namorar com homens latinos, mas agora prefiro fazer sexo consentido.” Foi devido a esta piada que, em 2015, toda uma comunidade se virou contra a humorista Amy Schumer. As reações negativas não fizeram com que a comediante parasse de brincar com temas polémicos como a raça. E por estes dias, sobretudo depois dos controversos comentários sobre a Palestina, Schumer é um dos nomes menos consensuais em Hollywood.
A verdade é que a maioria dos filmes em que participa tendem a ser um fenómeno de audiências. Os seus especiais de comédia na Netflix — já tem três — foram vistos por milhões em todo o mundo. A atriz volta agora a juntar-se à plataforma de streaming para o filme “Mais ou Menos Grávida”, que estreou nesta quarta-feira, 5 de fevereiro. A produção promete repetir o êxito.
A comédia explora as complexidades das expectativas sociais em torno da maternidade. Realizado por Tyler Spindel, o título é protagonizado por Schumer, que interpreta Lainy Newton, uma professora de inglês. Após o fim abrupto do seu relacionamento e ao sentir-se pressionada pelas conquistas pessoais das suas amigas, opta por usar uma barriga falsa e simular uma gravidez.
Esta decisão leva-a, naturalmente, a situações cómicas e embaraçosas, especialmente quando conhece Josh, interpretado por Will Forte, um homem que parece ser o parceiro ideal. A farsa de Lainy complica-se à medida que os seus sentimentos pelo homem se aprofundam, obrigando-a a confrontar as consequências das suas ações.
“Queria explorar as pressões que muitas mulheres sentem para cumprir certos marcos na vida, como o casamento e a maternidade, e fazê-lo de uma forma que fosse ao mesmo tempo engraçada e reflexiva”, contou à “People” a atriz de 43 anos que também é argumentista do filme.
Para Tyler Spindel, conhecido por colaborações anteriores com a Netflix como “The Out-Laws” e “Father of the Year”, o principal objetivo era “equilibrar o humor característico da Amy com momentos de vulnerabilidade genuína”, para criar uma história que ressoasse com o público.
A produção decorreu em Brooklyn, Nova Iorque, entre fevereiro e março de 2024. Durante as filmagens, Schumer teve de enfrentar um grande desafio: o diagnóstico de síndrome de Cushing, uma condição causada pelo excesso de cortisol no organismo por um longo período e que leva à acumulação de gordura no abdómen e no pescoço, fraqueza muscular, alterações no humor e hipertensão arterial. “Foi um período difícil, mas contar esta história era importante para mim e a equipa de produção foi incrivelmente solidária para com a minha situação”, disse ao “The New York Times”.
Tal como seria de se esperar, “Mais ou Menos Grávida” já se tornou num tópico tendência nas redes sociais graças a uma piada feita por Amy Schumer. Numa das cenas, Lainy está a ler um conto de fadas enquanto faz babysitting. O problema? Está, na verdade, a falar sobre a família Kardashian.
“Era uma vez uma família de lindas, lindas princesas chamadas Kardashians. Viviam felizes num palácio comprado pelo pai após ter defendido um assassino”, diz, numa referência ao mediático julgamento de O.J. Simpson. Robert Kardashian, o pai de Kim, Kourtney e Khloe, foi o advogado de defesa do ex-jogador de futebol americano.
Ciente de que a piada chamaria a atenção, a atriz não perdeu tempo em defender-se mesmo antes de o filme ter chegado à Netflix. “Quis ser respeitosa e assegurei-me de que a Kim estava confortável com a referência. Ela foi muito compreensiva e deu a sua bênção”, disse no programa de rádio de Howard Stern a 29 de janeiro.
“Mais ou Menos Grávida” está a receber críticas mistas. O “The Hollywood Reporter” descreveu o filme como “uma comédia que, embora divertida, poderia ter aprofundado mais os seus tópicos principais.” Por outro lado, a “AP News” elogiou a atuação de Schumer e afirma que “traz uma autenticidade ao papel que eleva a narrativa”.
Carregue na galeria e conheça algumas das séries e temporadas que estreiam em fevereiro nas plataformas de streaming e canais de televisão.
