Quatro músicos de diferentes gerações e geografias, conhecidos pelo free jazz, juntam-se em Monster. Este quarteto de “super estrelas” é encabeçado pelo saxofonista Joe McPhee. Ao seu lado, o coletivo fica completo com um elenco de luxo que arranca em Braga este domingo, 25, uma digressão pelo País, com passagem por Lisboa no dia seguinte.
O grupo teve, até agora, uma primeira e única apresentação em 2023, no festival Music Unlimited na cidade de Wels (Áustria). Para “eternizar” esta união, o quarteto reuniu-se em estúdio para editar com selo da Klanggalerie, editora de música austríaca, o primeiro disco homónimo, “Monster”. Esta tour passará ainda pela Áustria, com três concertos marcados, e pelo Reino Unido, com outros tantos espetáculos.
Aos 85 anos, Joe McPhee é considerado uma figura biselar da história do jazz e da música improvisada. É multi-instrumentista, compositor e poeta. Natural de Nova Iorque, o seu primeiro contacto com a música aconteceu quando era miúdo com um trompete. Aos 30 anos, acabou por abraçar o saxofone, influenciado por nomes como Ornette Coleman, e tornou-se um dos pioneiros do experimentalismo do jazz. A sua primeira aparição foi no álbum “Freedom and Unity” (1967), de Clifford Thorton. Desde então tem trabalhado com nomes como Peter Brötzmann, Evan Parker, Dominic Duval e Ken Vandermark, entre outros.
No ano passado, recolheu as histórias do seus 60 anos de vida artística na autobiografia “In Straight Up, Without Wings”.
Em palco e para formar este quarteto de luxo, junta-se uma das mais importantes clarinetistas e compositoras austríacas, Susanna Gartmayer, que conta com uma vasta experiência musical que vai do rock experimental à improvisação livre e música contemporânea. Começou por tocar o saxofone mas acabou por trocá-lo pelo clarinete baixo, tornando-se ao longo da última década numa das maiores referências na Europa nesse instrumento. A artista de 50 anos é membro da The Vegetable Orchestra e toca regularmente com ManuMayr, Stefan Schneider e Thomas Berghammer, entre outros.
O britânico John Edwards junta-se com o seu contrabaixo. Com 71 anos, a sua carreira na música improvisada remonta aos anos 80 e já soma com créditos em mais de 450 álbuns. É associado ao início do género criativo do free jazz e da improvisação na Europa, tendo atuado em diversas formações e grupos europeus junto de nomes como Peter Brötzmann, Evan Parker, Maggie Nichols, Roscoe Michtell, Mark Sanders ou John Dikeman.
A baterista, compositora e cantora brasileira, Mariá Portugal, de 41 anos, completa este quarteto. É um nome incontornável da cena experimental de São Paulo dos últimos 20 anos, tendo trabalhado com Elza Soares, Anthony Braxton, Metá Metá e Maria Beraldo, entre outros. Desde 2020 que vive em Colónia, na Alemanha, onde já foi responsável por diversas composições de dança, teatro e até cinema, tendo sido ainda convidada para uma residência artística no Festival Moers, que decorre anualmente na cidade alemã onde reside.
Os bilhetes para ver este quarteto com nomes de peso custam 9€ e podem ser comprados online ou na bilheteira local.