Um arquivo de porta aberta, disponível e acessível a todos e para todos. Este foi o mote que levou à Câmara Municipal de Braga a inaugurar em janeiro o novo Arquivo Municipal, um espaço que se tem tornado uma referência para a dinâmica cultural da cidade — não só pela democratização ao acesso à informação documental e de outras índoles, bem como pela promoção de diversas dinâmicas como visitas guiadas, workshops ligados às artes, entre outras.
Apesar de nos últimos anos o concelho ser uma das grandes referências do norte no que toca ao acesso cultural, no ano em que Braga carrega o título de Capital Portuguesa da Cultura este compromisso é maior e é nesse sentido que o Arquivo Municipal de Braga — e para revisitar a história, e promover uma análise crítica do presente, possibilitando imaginar novos futuros —, se junta à Semana Internacional dos Arquivos com um programa dedicado à memória, ao acesso e à cidadania.
Trata-se de uma efeméride internacional, promovida pelo Conselho Internacional dos Arquivos (ICA) com o intuito de dar a conhecer o papel essencial dos arquivos na construção de sociedades mais justas, inclusivas e informadas.
“Neste sentido, queremos sublinhar o compromisso com a democratização do acesso ao património documental e a valorização da participação cidadã. No caso específico de Braga, este programa proposto reforça a missão do Arquivo Municipal enquanto espaço de salvaguarda da memória coletiva e de mediação cultural”, defende o autarca, Ricardo Rio, que no início do ano na inauguração da infraestrutura garantiu que a mesma serve de “motor de novas dinâmicas que fortalecem o sentido de identidade coletiva”.
Assim, e sob o mote “Arquivos Acessíveis: Arquivos para Todos”, a entidade local promove diversas atividades que vão estender-se de 7 a 12 de junho, sábado a quinta-feira. O programa inclui visitas guiadas, debates, assinaturas de protocolos de aquisição e a inauguração de uma instalação artística coletiva.
Entre os destaques da programação, destaca-se o “Arquivo de Porta Aberta”, na manhã deste sábado, 7. A comunidade é convidada a descobrir como funciona o arquivo, desde os depósitos e o laboratório de conservação aos documentos históricos raros, como manuscritos, pergaminhos e negativos de vidro. A participação é gratuita, mas requer inscrição prévia online.
A 9 de junho, segunda-feira, será inaugurada a instalação artística “Um Movimento a Veiga”, uma criação coletiva de 180 alunos do 9.º ano do Agrupamento de Escolas Francisco Sanches, desenvolvida ao longo dos últimos meses e que propõe a reinterpretação do legado de José Veiga nas festividades de São João, no ano em que se assinala o centenário do seu nascimento. Os alunos partiram da exploração do espólio do artista bracarense, preservado pelo Arquivo Municipal. A instalação terá a sua apresentação ao público neste que é, também, o Dia Internacional dos Arquivos e ficará patente na entrada do edifício do Arquivo Municipal de Braga.
Para encerrar a semana, a 12 de junho, quinta-feira, realiza-se o “Laboratório de Ideias: O Cinema Documental a partir de Fontes Históricas”, um encontro que promove o debate em torno da utilização de documentos históricos na produção de cinema documental.
Todas as iniciativas integram o programa MEMORAR – Mediação Cultural do Arquivo Municipal de Braga, e refletem, segundo o autarca, “uma abordagem participativa, inclusiva e transdisciplinar, alinhada com a visão de um Arquivo aberto para todos, em plena consonância com o tema anual proposto pelo Conselho Internacional: ‘Arquivos Acessíveis: Arquivos para Todos'”.
Pode consultar o programa completo online.
