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Rede de Bibliotecas de Braga cria pontos de leitura em escolas com menos de 100 alunos

A iniciativa quer levar os livros a todos os estudantes do munícípio.

Nem todas as instituições de ensino dispõem de espaço suficiente para alojar uma biblioteca, mas em Braga nenhuma ficará sem livros. Esta premissa deu origem à mais recente iniciativa da Rede de Bibliotecas do município, que está a estabelecer diferentes pontos de leitura informais em escolas com menos de 100 alunos. A ideia apresentada é simples, mas com um potencial transformador: proporcionar livros a todos os miúdos, mesmo quando o espaço físico é limitado.

O projeto, que estava a ser planeado vários meses, faz parte das estratégias locais de estímulo à literacia e de promoção do acesso à cultura de forma equitativa. Muitas escolas do concelho, principalmente nas freguesias mais pequenas, não possuem instalações adequadas para uma biblioteca convencional — seja pela falta de espaço, recursos ou pelo reduzido número de estudantes. A solução adotada pela Rede passa pela criação de pequenas zonas de leitura, integradas nas próprias salas de aula ou noutros espaços adaptados por cada estabelecimento escolar.

Estes locais pretendem permitir que qualquer jovem leitor possa folhear um livro durante os intervalos, momentos de descanso ou até nas atividades curriculares. Cada ponto é pensado como um espaço acolhedor, com mobiliário adequado, prateleiras acessíveis e uma seleção de obras destinadas a diferentes faixas etárias e preferências. A proposta visa transformar esses ambientes em refúgios literários, promovendo o prazer pela leitura através de uma experiência convivial e acessível.

O Município de Braga apoia esta iniciativa, reforçando o empenho na promoção do livro e na aproximação entre as escolas e a comunidade. Como mencionado em comunicado oficial, o objetivo é estimular a apetência pela leitura desde os primeiros anos e garantir que nenhuma criança seja privada de livros devido à falta de espaço físico ou recursos.

A primeira instituição a inaugurar um destes pontos de leitura foi a Escola Básica de São Mamede, marcando o início de uma nova fase na rede educativa do concelho. Seguiram-se as EB1 das Trandeiras e da Garapoa, permitindo ampliar o impacto desta iniciativa. Em todas as etapas, a criação dos espaços contou com a colaboração de docentes e alunos, que participaram na seleção das obras, na organização das prateleiras e na elaboração de Cartazes ilustrativos que tornaram os ambientes mais atrativos.

Os livros disponibilizados nesses espaços são fornecidos pela própria Rede de Bibliotecas de Braga, que garante uma rotatividade constante dos títulos, promovendo a renovação do acervo. Assim, procura-se manter o interesse dos jovens leitores vivo e promover a descoberta de novos autores e temas. Além disso, planeiam-se atividades de animação e sessões de leitura partilhada, envolvendo professores, familiares e voluntários locais, para reforçar o envolvimento e a partilha de experiências relacionadas com a literatura.

Este esforço insere-se num plano mais vasto de democratização do acesso cultural, que tem vindo a ser reforçado ao longo dos últimos anos. Braga tem sido reconhecida pelo dinamismo das suas bibliotecas públicas e pela implementação de projetos inovadores que aproximam os livros do quotidiano — desde clubes de leitura e feiras literárias, até programas específicos nas escolas.

Com a implementação destes pontos de leitura informais, a autarquia reforça a convicção de que a leitura não necessita de paredes físicas, apenas de vontade, imaginação e entusiasmo por descobrir novas histórias. Basta uma prateleira, alguns livros e o interesse genuíno de quem os descobre para que a magia da leitura se torne parte do dia a dia.

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