“Um ritual coreográfico de resistência, memória e futuro”. É assim que Piny, uma das artistas mais singulares e provocadoras da dança contemporânea portuguesa, descreve a sua mais recente criação, “ONYX”, uma coreografia onde “o corpo se torna território político e poético”. A obra passa pelo Theatro Circo este sábado, 7 de junho.
Piny Orchidaceae é natural da capital portuguesa e aos 19 anos teve os seus primeiros contactos com a dança. Belly dance e salsa foram os primeiros géneros da artista, agora com 44 anos, antes de mergulhar no hip hop. É fundadora Butterfly Soulflow, onde se destacou noutros géneros, como break dance e house dance. Desde 2006 já levou a sua arte em forma de dança a cidades como Nova Iorque, Paris, Tóquio, Londres, Estocolmo ou Amsterdão.
“ONYX” é a nova criação da criativa, assumindo-se como um ritual onde as fronteiras entre corpo e palavra não existem. “Este trabalho constrói um espaço de resistência e escuta, celebrando a ancestralidade, o erotismo, a vulnerabilidade e o poder, num tempo que é simultaneamente memória e futuro. É uma peça que existe entre o gesto criativo e a intervenção social”, explica.
No palco vão estar duas intérpretes que representam duas mulheres que migraram de países africanos para Portugal antes e depois do 25 de Abril. O objetivo da peça é juntar o ramo artístico e documental para contar histórias de migrações, sonhos, perdas e identidades em transformação.
Depois de criações como “HIP. a pussy point of view” (2019) e “G.Rito” (2022), Piny regressa com um trabalho que reafirma a sua abordagem multidisciplinar, cruzando dança, arquitetura, performance e crítica social, sempre com o corpo como centro de reflexão e transformação.
A apresentação na mais antiga sala cultural bracarense está marcada para as 21h30. Pode comprar os bilhetes online ou na bilheteira local, por 9€. Recorde-se que os portadores do cartão Quadrilátero pagam metade.