Um retrato contemporâneo e provocador da sociedade atual com uma escrita poética e pulsante — doze personagens negras britânicas, exploram identidades múltiplas, questões de género, classe e herança cultural. Esta é a história principal do livro “Raízes Brancas” da autora britânica Bernardine Evaristo e é a proposta para a próxima sessão do Paradoxo — Bookclub para Desassossegados, que acontece a 28 de julho, na Ludoteca da Estufa.
Criado no início deste ano no âmbito do programa ATLAS — Programa Municipal de Mediação Cultural, o Paradoxo foi pensado como mais do que um simples clube de leitura. Com curadoria da Plataforma do Pandemónio e dinamização das mediadoras Marta Moreira e Catarina Santos, tornou-se num verdadeiro espaço de escuta ativa, partilha intergeracional e pensamento crítico. Desde fevereiro, as sessões mensais têm reunido dezenas de leitores de várias idades e origens, num ambiente informal mas profundamente envolvente.
“Este projeto reforça o compromisso do município com uma cultura mais acessível, participativa e transformadora”, sublinha Ricardo Rio, executivo da Câmara Municipal de Braga, que aponta o clube de leitura municipal de como um exemplo de “promoção de hábitos de leitura e combate à exclusão cultural”. Os encontros já passaram pela Livraria Centésima Página e agora decorrem na Ludoteca da Estufa, envolvendo também bibliotecas, museus, livrarias e outros espaços culturais da cidade.
Decorridos seis meses de atividade, a autarquia partilha um balanço sobre esta iniciativa, que a assume como sendo “um espaço singular de mediação cultural, onde a leitura serve de ponto de partida para encontros improváveis e pensamento crítico”.
Em meio ano, o Paradoxo já abordou obras de autores como Afonso Cruz, Clarice Lispector ou Maria Judite de Carvalho. Mas o clube vai além da leitura: há performances, trocas de livros, laboratórios de escrita e até a promessa de um folhetim coletivo. É um verdadeiro laboratório criativo onde os livros servem de ponto de partida para pensar e imaginar em conjunto.
“Mais do que um clube de leitura, o Paradoxo é um laboratório vivo onde se cruzam livros, pessoas e ideias. A proposta é simples, mas ambiciosa: criar um espaço regular para ler, debater e criar, a partir de uma seleção de obras literárias provocadoras. Ao longo destes primeiros seis meses, as sessões têm gerado momentos de intensa reflexão e ligação, com leitores de várias idades e percursos a encontrarem na leitura um território comum”, sublinha o autarca.
Com participação gratuita e aberta a maiores de 15 anos, o clube de leitura municipal de Braga continua a crescer e a surpreender. Até dezembro, estão agendadas leituras de autores como Julio Cortázar, John Williams, Ticas Graciosa e Gonçalo M. Tavares — sempre com novas oportunidades de reflexão e encontro.
As inscrições são feitas online e os encontros decorrem entre as 18 e as 20 horas. Para mais informações, basta enviar email para pandemonium.servico.educativo@nullgmail.com.
Confira as referências que vão ser analisadas nos próximos encontros do Paradoxo.
28 de julho — “Raízes Brancas”, de Bernardine Evaristo (Ludoteca da Estufa).
Agosto — “Final do Jogo”, de Julio Cortázar (data e local ainda por anunciar).
Setembro — “Adelita”, de José Miguel Braga (data e local ainda por anunciar).
Outubro — “Stoner”, de John Williams (data e local ainda por anunciar).
Novembro — “Nini”, de Ticas Graciosa (data e local ainda por anunciar).
Dezembro — “Aprender a Rezar na Era da Técnica”, de Gonçalo M. Tavares (data e local ainda por anunciar).