Em fevereiro de 1993, durante trabalhos de urbanização numa zona elevada da freguesia de Lamas, uma escavadora revelou um monumento megalítico de carácter funerário, datado da pré-história. A descoberta levou à suspensão imediata das obras, por iniciativa da Junta de Freguesia de Lamas e do Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa, permitindo assim às entidades competentes proceder à preservação do achado.
Decorridas mais de três décadas, a descoberta deu origem “A Mamoa de Lamas, Um Segredo Ancestral”, documentário realizado por Raul Losada. Apresentada em março deste ano, a obra explora a relevância da arqueologia e história locais, incluindo depoimentos do arqueólogo Luciano Vilas Boas e do presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio.
“Este filme é uma viagem pelo tempo, onde podemos conhecer mais sobre este monumento megalítico descoberto em 1993, cuja estrutura não é apenas um túmulo funerário, mas sim a alma de uma comunidade pré-histórica e um testemunho do engenho humano e de rituais sagrados ancestrais”, salienta o autarca. Estas sepulturas, conhecidas popularmente como “mamoas”, eram tradicionalmente cobertas por um monte de terra e pequenas pedras. Tal como a Mamoa de Lamas, estes vestígios arqueológicos situavam-se quase sempre em pontos altos, sobressaindo na paisagem.
Com uma duração aproximada de 26 minutos, o documentário encontra-se nomeado na categoria Short Documentary do Florence Film Awards, um conceituado festival internacional sediado em Florença, Itália, que todos os meses distingue e exibe produções cinematográficas de excelência na Scuola di Cinema Immagina.
“Esta nomeação representa não apenas o reconhecimento da qualidade técnica e narrativa do documentário, mas sobretudo a valorização do património arqueológico e cultural de Lamas e do território bracarense”, sublinha o autarca. O vencedor do prémio deverá ser anunciado no final do mês.