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Melancolia pop dos anos 60 e 70. Está aí o novo duo musical de Braga

Os Monstro estrearam-se no passado dia 8 de março, no gnration. A NiB conversou com os jovens fundadores do projeto.
Conheça a dupla.

Gonçalo Ferreira e Isaac Oliveira são amigos de longa data e, pelo menos há dez anos, já pensavam em produzir música juntos. Porém, houve sempre algo a surgir pelo caminho que fez com que esse desejo não se concretizasse. Gonçalo é guitarrista e vocalista da banda stoner rock Travo. Já Isaac, é um multi-instrumentista mais virado para o jazz e viveu em Lisboa. 

Apesar de se moverem em mundos aparentemente diferentes, estes dois amigos bracarenses partilham o amor comum pela música pop dos anos 60 e 70. “No ano passado, em conversa, voltámos à ideia de fazermos música juntos. Ambos apresentámos algumas melodias e letras, fomos descartando algumas e melhorando outras”, conta a dupla de 27 anos à NiB.

Foi assim que o Monstro foi ganhando forma e vida. Este projeto está numa fase ainda embrionária, mas com a ambição de conquistar muitos palcos a nível nacional e internacional. O primeiro deles foi precisamente na cidade natal dos dois. O gnration recebeu o duo bracarense com casa cheia no sábado, 8 de março. 

“Não tínhamos grandes expectativas, para sermos honestos, mas foi um bom primeiro concerto. Não estávamos à espera de ter tanta adesão, quanto mais a lotação esgotada. Considerámos, pelo feedback positivo que temos tido nestes poucos dias que antecederam o concerto, que as pessoas gostaram. Estamos bastante satisfeitos”, admitem.

No concerto, os músicos tiveram oportunidade de apresentar, de forma inédita, as canções que compõem o disco de estreia. Até ao momento, só é conhecido o primeiro single do projeto, “My Own Man”, sendo que apenas quem esteve presente no concerto no sábado, conhece mais intimamente o trabalho do grupo. 

A melancolia é a principal matéria-prima que alimenta os temas íntimos e intensos que a dupla fabrica e que vão encher este disco de estreia. À NiB, os músicos garantem que não podem revelar, por enquanto, nem o nome do disco nem do segundo single. No entanto, asseguraram que até ao próximo mês será apresentada uma nova música e que o álbum deverá sair ainda este ano. “Podemos apenas adiantar que é muito à base da música pop clássica da década dos anos 60 e 70, colhendo inspiração de bandas como os The Beatles”, revelam.

Este primeiro álbum está a ser criado com o apoio do Trabalho da Casa, um programa do gnration que contribuiu ainda para este primeiro concerto de apresentação. O que era para ser um nome provisório para o projeto, “Monstro”, acabou por garantir à dupla o seu concerto de estreia na cidade que os viu nascer.

“Não há nenhuma história por detrás do nome. Foi uma palavra catchy e que usávamos na brincadeira entre nós, mas quando o Trabalho de Casa perguntou qual era o nome da banda, ainda estivemos uns dias às voltas para escolher, mas apercebemo-nos que o nome já estava escolhido este tempo todo”, confessam. 

Este programa, criado em 2015, tem sido uma força motriz na produção e criação musical de Braga. A iniciativa do gnration já divulgou mais de duas dezenas de projetos, desafiando e apoiando bandas e músicos a construir novas obras discográficas e espetáculos, partindo de uma residência artística. 

Gonçalo, Ermo, con+ainer, Máquina Del Amor, Grandfather’s House, Leviatã, Dead Men Talking, Imploding Stars, Bruma, Ângela Polícia, Quadra, FERE, The Nancy Resistance Wide Band, Omie Wise, Homem em Catarse, Cavalheiro, Travo, St. James Park, mutu, NO!ON, Palas, Ruído Roído, aMijas e Monstro são as bandas e artistas que passaram pelo Trabalho da Casa ao longo da última década.

A dupla esteve acompanhada em palco por outros nomes bem conhecidos na cena musical bracarense, como Mafalda BS, David Ferreira que é ainda companheiro de banda de Gonçalo em Travo e João Vítor Costeira.

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