Memorar é o novo programa de Mediação Cultural desenvolvido pelo Arquivo Municipal de Braga com um único propósito: trazer à memória, aprofundar e expandir reflexões em torno do passado. Mais do que revisitar a história, a ideia é promover uma análise crítica do presente, possibilitando imaginar novos futuros.
“Este programa destaca-se pela sua abordagem inclusiva e acessível, concebida para acolher diferentes públicos e estimular a participação ativa de todos”, começa por explicar o executivo, acrescentando: “O Memorar não é apenas um projeto sobre o passado. É, sobretudo, um convite para refletir sobre o presente e cocriar o futuro, com base na riqueza da memória compartilhada”.
Nesse sentido e, ao tentar “cultivar” a memória enquanto património cultural coletivo, o Memorar assume-se como um espaço de encontro e diálogo, onde a “memória é uma espécie de ferramenta para a construção de um entendimento mais profundo sobre a nossa identidade e os caminhos que queremos trilhar”.
Publicações especiais do Arquivo
No âmbito do Memorar, o Arquivo Municipal irá assinalar, ao longo deste ano, o primeiro centenário de nascimento de José Veiga. Semanalmente, vão ser publicados no “Correio do Minho”, os cartoons da rubrica apresentada entre 1986 e 2002, denominada “Bocas do Braguinha”, da autoria de José Veiga, a partir do acervo do Arquivo Municipal de Braga. Divulgados ao domingo e respeitando o dia original de publicação, os cartoons serão enquadrados por um texto do escritor Fernando Pinheiro.
“Desarquive-se” é outra das rubricas de publicação que convida a comunidade a “descobrir o património documental do Arquivo Municipal de Braga”. Curiosidades, memórias pessoais e coletivas e documentos relevantes sob a guarda do Arquivo vão ser algumas das publicações divulgadas.

Esta iniciativa terá publicação mensal e pretende abrir uma janela para a diversidade deste Arquivo, explorando temas que abrangem desde aspetos do dia a dia até às dinâmicas sociais e culturais da cidade e do concelho. O objetivo é envolver os bracarenses (e não só) nesta publicação, criando assim um espaço de partilha de memórias, reflexões e análises, para promover a valorização do passado como instrumentos para “compreender e refletir” sobre a contemporaneidade.
Workshop de fotografia e Arquivo de Porta Aberta
Para o mês de fevereiro estão ainda agendadas duas atividades. Uma delas é o workshop “Práticas ancestrais de fotografia” e o “Arquivo de Porta Aberta”. O workshop vai decorrer no sábado, 15, e pretende ser uma viagem ao passado da fotografia.
Aqui, os participantes são desafiados a explorar como tudo começou, desde as origens até à evolução científica, tecnológica e cultural. Vão ser abordados aspetos técnicos e científicos bem como os momentos-chave da história da fotografia, com demonstrações práticas de técnicas fotográficas. A atividade conta com a parceria da Associação Cultural PAVAC.
No sábado seguinte, 22, decorre uma visita orientada ao Arquivo Municipal. É uma oportunidade única para descobrir o património que o Arquivo preserva, os seus serviços e áreas de trabalho, como o Laboratório de Conservação, a área de digitalização e os depósitos.
Durante a visita, os participantes vão poder ter contacto com documentos históricos de várias épocas, como livros, plantas e manuscritos, compreendendo o papel do Arquivo na gestão e preservação da memória institucional e na articulação entre os setores municipais. A visita tem início pelas 10 horas e é de participação gratuita.
Ainda no mês de fevereiro, o Arquivo dará início ao “Movimento a Veiga”, uma residência artística com estudantes cujo objetivo é conhecer o espólio do artista preservado pelo Arquivo Municipal de Braga e, a partir dele, criar uma instalação coletiva, reinterpretando o trabalho artístico do Mestre Veiga para as festividades de São João.
A residência deverá prolongar-se até junho e conta com as parcerias da “Casa do Lado”, o Agrupamento de Escolas Francisco Sanches e a Associação de Festas de São João de Braga.