cultura

Os fantasmas da família de Mário Coelho vão passar por Braga este sábado

O ator e encenador convida a um ciclo gratuito de partilha de ideias destinado aos interessados em artes cénicas.
É a única oportunidade para ver o espetáculo em cena.

O Theatro Circo recebe este sábado, 15 de fevereiro, a estreia do mais recente espetáculo do ator e encenador Mário Coelho, “Quando eu morrer, vou fazer filmes no inferno!”. O convite é para “mergulhar” num universo de sombras e obsessões, numa performance onde a verdade desvanece por instantes e os fantasmas do passado se confundem com os do presente.

A história desenrola-se num apartamento aparentemente normal, habitado por uma jovem. Pelas 23h30, uma porta abre-se e dez corpos entram repentinamente na sala e começam a dançar. Poucos minutos depois, a jovem dirige-se à sala e, em pânico, questiona-se como esses estranhos entraram na sua casa e o que querem. Tenta expulsá-los mas é ignorada e pela meia-noite, inicia um pesadelo que promete perdurar. “É uma tragédia hereditária. A procura de respostas para o porquê de tanta porcaria nos acontecer”, defende o cineasta.

Para este espetáculo e pelo que o encenador explicou à NiB, Mário Coelho parte de uma experiência pessoal para explorar a forma como traumas e memórias familiares se estendem e passam através das gerações, quase como se de uma maldição invisível se tratasse. A peça é ainda uma reflexão sobre o seu percurso enquanto artista.

“Como pode um criador manter a sua visão num mundo onde as regras da indústria são implacáveis? Como lidar com a sensação de que, independentemente do percurso já trilhado, cada novo projeto é sempre uma nova batalha?”, são algumas das questões que coloca e tenta procurar a resposta nesta nova apresentação.

Com uma estética marcada pela interseção entre o teatro e cinema, “Quando eu morrer, vou fazer filmes no inferno!” é um espetáculo “inquietante, que desafia convenções narrativas e conduz o público por um labirinto onde os limites entre o real e o imaginado são constantemente subvertidos”, garante.

Antes do espetáculo, na quinta-feira, 13 de fevereiro, terá lugar o novo ciclo “Formas de Fazer”. Trata-se de uma nova iniciativa do Theatro Circo que pretende criar atividades paralelas aos espetáculos, com o objetivo de criar um espaço de partilha de práticas, metodologias e formas de trabalho de artistas e coletivos que visitam o equipamento. O projeto promove workshops, masterclasses e sessões expositivas, proporcionando um ambiente de partilha de novas experiências e aprendizagens.

Mário Coelho é o responsável por inaugurar este ciclo, propondo-se a partilhar ideias, experiências e pesquisas atuais do seu percurso enquanto criativo, abrindo o diálogo para uma conversa informal entre artista e público. Tal como acontecerá com os restantes ciclos, este dirige-se a profissionais, amadores, estudantes ou interessados em artes cénicas, maiores de 14 anos.

O ciclo deverá ter uma duração de 90 minutos. Apesar de a participação ser gratuita, é necessário inscrever-se através do email participacao@nulltheatrocirco.com. Os bilhetes custam 9€ e já se encontram à venda online.

Aproveite para ler este artigo da NiB com a programação completa do Theatro Circo até abril. Carregue na galeria para espreitar as estreias e regressos à televisão portuguesa e ao streaming no mês de fevereiro.

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Av. da Liberdade, 697
    4710-251 Braga

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