cultura

Theatro Circo e gnration vão ser uma “Zona Franca” de música e dança

Os artistas Piny e xullaji são as protagonistas do ciclo cultural feito em parceria com o Centro Cultural Vila Flor.
É a primeira vez que os dois artistas se juntam em palco.

O programa de “diálogo artístico e de criação” entre música e dança intitulado “Zona Franca” resulta da colaboração entre o Centro Cultural Vila Flor e as duas principais salas culturais de Braga: o Theatro Circo e o gnration.

Este ciclo interdisciplinar, que promove o encontro entre músicos e coreógrafos, tem apresentado propostas inovadoras à cidade, e na próxima segunda-feira, 9 de junho, véspera de feriado, chega mais um espetáculo original.

De um lado, as danças urbanas — do breakdance ao clubbing; do outro, a música e a arte sonora a inspirar movimentos em palco. Piny, performer e coreógrafa, é responsável por criar sequências coreográficas que dialogam com as composições de xullaji, rapper, poeta e ativista. O trabalho conjunto foi desenvolvido numa residência artística em Guimarães e será apresentado no palco principal da gnration, a sala cultural mais contemporânea de Braga.

Piny iniciou o percurso nas danças tradicionais do Egipto, mas rapidamente se envolveu na cultura urbana. Em 2006, fundou o grupo feminino de hip hop Butterfly Soul Flow, e, seis anos depois, criou o coletivo Orchidaceae, onde explora a fusão entre estilos de rua e danças tradicionais do sudoeste asiático e do norte de África.

No próximo sábado, 7 de junho, a artista lisboeta de 44 anos irá apresentar a sua mais recente criação, “ONYX”, no Theatro Circo. Já na segunda-feira, 9, leva ao gnration movimentos africanos e tradicionais, acompanhada pelas sonoridades de xullaji, nome artístico de Nuno Santos. Filho de cabo-verdianos, o artista é uma referência do hip hop em português, reconhecido tanto pelas suas letras como pelo ativismo político.

Nas suas produções, o músico de 48 anos, mistura samples de temas de intervenção de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde. Esta não será a primeira vez que atua na gnration: no verão passado subiu ao palco da sala bracarense para apresentar o álbum “prétu 1 – Xei di Kor”, considerado um dos melhores de 2023. Nuno Santos é também cofundador do coletivo Peles Negras, Máscaras Negras – Teatro do Escurecimento, colabora com o Teatro Griot e já trabalhou com companhias como Formiga Atómica, Companhia de Teatro de Almada, Companhia de Atores e Aurora Negra.

Sem revelar muitos detalhes, a organização promete “um espetáculo autoral que desafia as fronteiras entre música e dança, reunindo em palco, pela primeira vez, duas figuras incontornáveis da cultura urbana e afrodescendente em Portugal”.

A apresentação está marcada para as 21h30 e os bilhetes podem ser adquiridos online por 12€. Quem possuir o cartão Quadrilátero beneficia de um desconto de 50 por cento (o que significa que pagam metade, 6€).

MAIS HISTÓRIAS DE BRAGA

AGENDA