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Tudo o que precisa de saber sobre a nona edição do “Braga em Risco”

Decorre de 15 a 28 de março, no Mosteiro de Tibães e pretende transformar a cidade num centro de referência na ilustração e artes visuais.
Vai poder conhecer de perto o trabalho do ilustrador peruano Richolly Rosazza.

O histórico Mosteiro de Tibães prepara-se para receber entre os dias 15 e 28 de março, a nona edição do “Braga em Risco”. No ano em que Braga é a Capital Portuguesa da Cultura, a programação do festival integra a agenda de Braga25 e reforça a sua identidade enquanto ponto de encontro entre artistas e ilustradores com a comunidade.

Durante duas semanas, serão promovidas mais de uma centena de atividades, incluindo exposições, oficinas do risco, mercados de arte, masterclasses, horas do conto e espetáculos. O evento pretende ser um verdadeiro encontro para famílias, enquanto proporciona experiências enriquecedoras para miúdos e adultos. A programação é eclética, com o objetivo de transformar este antigo Mosteiro num “ecossistema vivo de cor e imaginação”. 

A edição deste ano tem como temática central a natureza e um dos destaques é a exposição coletiva “Braga 22×22 — Btacara Natura”, com curadoria de Pedro Seromenho e Marta Madureira. Esta montra convida o público a embarcar numa viagem ilustrada pelos 22 espaços verdes do concelho, apadrinhados por 22 ilustradores, reforçando a relação entre a arte e o património natural. A exposição deste ano destaca ainda o trabalho de jovens ilustradores do MIA/IPCA, numa clara aposta na renovação do panorama artístico nacional.

Maior participação de sempre de ilustradores estrangeiros

O “Braga em Risco 2025” contará com a maior participação de sempre de ilustradores estrangeiros, reunindo um total de 14 artistas dos quatro cantos do globo, reforçando a crescente aposta do evento na sua internacionalização. É um número recorde de ilustradores premiados de diversas nacionalidades, o que consagra o evento como um dos mais importantes a nível global, projetando o concelho como um centro de referência na área da ilustração e das artes visuais.

“O Braga em Risco é uma iniciativa absolutamente única na cidade de Braga. Tem vindo a crescer, ano após ano, de uma forma exponencial em todas as vertentes: na qualidade, na mobilização, na diversidade e na capacidade de inovação”, começa por explicar à NiB, Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga.

E acrescenta: “A presença de ilustradores internacionais é também uma forma de projetar o nosso território como um espaço de cultura noutras geografias e, ao mesmo tempo, adicionar qualidade no contexto da programação”.

Uma das grandes novidades desta edição é o “Autocarro do Risco” que fará a ligação entre o centro da cidade e o Mosteiro de Tibães, garantindo facilidade no que toca ao acesso ao evento. O autocarro será inteiramente ilustrado, como uma autêntica obra de arte em movimento pelas ruas de Braga.

Ainda durante as viagens, os passageiros vão ter a oportunidade de deslocar-se entre um universo de histórias criativas, com a presença de contadores de histórias que vão dar vida a narrativas inspiradas no imaginário do festival. 

Ainda a iniciativa “Ruas do Risco” é outra novidade, prometendo trazer a ilustração diretamente para as ruas do concelho. Ambas as iniciativas são realizadas em parceria com a TUB/AEBraga, na missão de reforçar a fusão entre arte, mobilidade e participação comunitária, para proporcionar uma experiência imersiva mesmo antes de se chegar ao evento. A inclusão volta a ser, uma vez mais, uma prioridade no festival, existindo exposições acessíveis a pessoas cegas ou com baixa visão, através de sinopses de braille e ilustrações em relevo de madeira.

Exposições, instalações e outras formas de arte para viver o “Braga em Risco”

Apesar de as atividades com maior interesse decorrerem ao fim de semana, para convidar as famílias a conhecer o Mosteiro de Tibães de outra perspetiva — e aproveitar o festival, ao longo da semana, se preferir um movimento mais calmo, pode aproveitar para visitar as diversas exposições e instalações que decoram, temporariamente, o monumento. As mesmas podem ser visitadas entre as 10 e as 18 horas.

“Kintsugi e Migrantes” é uma exposição da ilustradora peruana Isaa Watanabe, que mistura a realidade histórica e contemporânea das migrações com a arte de restauro japonesa “kintsugi”, numa história que sugere a reparação de uma ferida e a superação da dor. “Somos Floresta” é da autoria de Richolly Rosazza, onde é explorada a ligação entre a humanidade e o mundo natural. 

Já “O Garimpeiro das Palavras”, de Nadia Romero Marchesini, convida a explorar a importância e pode da autoconfiança na busca incessante de respostas e da essência das coisas. “Adaptação — Diversidade — Equilíbrio” é uma instalação resultante do trabalho conjunto entre estudantes bracarenses e o ilustrador Carlo Giovani, onde se exploram materiais, formas e conceitos que juntam a natureza com o processo criativo de fazer arte. 

Estas são algumas das mostras disponíveis, espalhadas pelos diversos espaços no Mosteiro, como a Sala do Recibo, a Celas da Galeria, a Sala da Ouvidoria, entre outras. Durante todos os dias do festival, também entre as 10 e as 18 horas, a Sala de Animação do Mosteiro recebe o CINANIMA, uma mostra internacional dedicada ao cinema de animação e banda desenhada.

Trata-se da primeira parceria deste festival cinematográfico e o “Braga em Risco”, que exibirá, diariamente, uma seleção de filmes de animação de autor. Já nos dias 15, 16, 22 e 23, sábados e domingos, o grupo teatral Malad’Arte, promove às 16 e as 17 horas, visitas guiadas pelo Mosteiro. As visitas têm duração de 40 minutos aproximadamente e um limite de 20 participantes, por ordem de chegada.

O evento, bem como a participação em todas as atividades é completamente gratuito, sendo que o acesso a oficinas e masterclasses é por ordem de chegada e com lotação limitada ao espaço. Para as masterclasses é ainda necessária inscrição prévia através do email atlas.mediacaocultural@nullcm-braga.pt. Pode consultar a programação na íntegra online.

A NiB fez-lhe um guia com os principais destaques dos fins de semana em que decorre o festival. Espreite as atividades que não pode perder na lista abaixo.

Sábado, 15 de março

10h45 às 11h35 — Sessão de música e famílias “Tubábá na Natureza”.

11h30 às 12h30 — Oficina de ilustração com a artista Teresa Cortez.

14h30 às 18 horas — Mercado de Arte.

14h30 às 15h20 — Hora do conto ilustrado.

15h10 às 16 horas — Hora do conto com ilustração ao vivo e lançamento do livro “Aqui há Gato e boas histórias também”.

15h30 às 16h45 — Oficina de ilustração “Guardiões da Horte” do ilustrador Bruno de Almeida e sessão de conversa com o artista.

16 horas — Sessão didática de sensibilização “A Grande Aventura da Água com a Cristalina!”.

Domingo, 16 de março 

10 às 18 horas — Mercado de Arte.

10h30 às 11h40 — Sessão para bebés e famílias com Saphir Cristal.

10 horas às 14h30 — Oficina de ilustração com Nastya Varlamova.

11h40 às 12h30 — Espetáculo de marionetas.

16h30 — Espetáculo teatral “As Galochas Vermelhas”.

17h15 — Espetáculo musical “Trilogia Aves: Voar”.

Sábado, 22 de março

14h30 às 15h30 — Sessão de contos com Kiara Terra.

15 às 17 horas — Oficina de cerâmica com o Ateliê Cobalto.

15h10 às 16 horas — Espetáculo musical “O Ermita Unicórnio, os Dragões da Chuva e Outros Contos”.

16h30 — Conversa com o autor Richolly Rosazza.

Domingo, 23 de março

10h30 — Masterclass “Introspeção Criativa e Estilo Pessoal” com Richolly Rosazza.

10h30 — Oficina de ilustração com Catarina Gomes.

14h30 — Oficina de miniaturas com Artiom Brančel.

15h30 — Apresentação do livro “Crónicas do meu Jardim” de Carlos Steindwender.

17 às 18 horas — Conversa/Tertúlia “Cidades4Ever”, sobre as quatro capitais da cultura: Aveiro24, Braga25, Ponta Delgada26 e Évora27.

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