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Fogo destrói parte do Bar Académico de Braga um dia depois de jovem ser morto

As autoridades terão encontrado vestígios de um líquido inflamável que indicia a possibilidade de fogo posto.
O Bar Académico de Braga.

Na madrugada de sábado, 12 de abril, Manu, um jovem de 19 anos, terá chamado a atenção de um segurança no interior do Bar Académico para um grupo suspeito que estaria a adulterar a bebida de uma rapariga. Poucos minutos depois, o estudante do Ensino Secundário na Escola Secundária de Dona Maria II foi atacado, numa rixa que envolveu cerca de 20 pessoas.

Um dos jovens amigos de Manuel Gonçalves testemunhou o homicídio depois de ter sido atirado ao chão pelos agressores que ainda não foram detidos pela Polícia Judiciáir. Segundo o “Jornal de Notícias”, esta segunda vítima que “sofreu ferimentos ligeiros” tentou pegar num objeto à porta do Bar Académico para socorrer o amigo, mas além de estar em inferioridade numérica, foi surpreendido pelo uso de um faca que viria a matar o jovem.

Um dia depois dos acontecimentos, o Bar Académico de Braga, entretanto fechado, foi “parcialmente consumido pelas chamas” num incêndio que começou na entrada do edifício. Segundo os Bombeiros Sapadores, foi “extinto em 15 minutos sem registo de feridos”. As causas continuam por apurar mas terão sido encontrados vestígios de um líquido inflamável que levantam suspeitas de fogo posto.

O bar fica a poucos quilómetros do campus de Gualtar e pertence à Associação Académica da Universidade do Minho, mas é gerido por um empresário privado. O espaço tem sido alvo de queixas constantes de moradores que se sentem inseguros devido aos desacatos que acontecem por lá durante a noite. Em comunicado, a Associação Académica da Universidade do Minho diz que está “em choque” e confirma os casos problemáticos registados nos últimos anos.

“É com tremenda consternação, preocupação e choque que encaramos a notícia do ocorrido na madrugada de sábado, nas imediações do Bar Académico de Braga. Neste quadro, o reforço de segurança e policiamento nas periferias dos edifícios da Universidade do Minho são objetivos claros da Associação Académica da Universidade do Minho, tendo presente alguns casos problemáticos ocorridos nos últimos anos em espaços frequentados pelos nossos estudantes”, afirma.

A Associação Académica acrescenta que está a colaborar com as autoridades, admitindo não ter conseguido, até ao momento, contactar o responsável pelo Bar Académico.

Esta segunda-feira, o Ministério Público instaurou um inquérito ao homicídio, segundo avançou uma fonte da Procuradoria-Geral da República. A mesma fonte admite que o inquérito corre termos no Departamento de Investigação e Ação Penal de Braga.

O funeral de Manuel Gonçalves vai realizar-se esta quinta-feira, 17 de abril. O jovem era natural de Andorra e residente em Lamações, em Braga. O funeral está marcado para as 14h30, na Igreja Nova de Gualtar, indo de seguida a sepultar no cemitério local.

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