Durante décadas, o transporte público em Braga esteve centrado nos autocarros dos TUB, uma rede que cresceu em paralelo com o desenvolvimento da cidade. No passado, chegou a ser equacionada a criação de um sistema de metro ligeiro, mas os elevados custos afastaram a hipótese. Agora, a solução chega através de um conceito mais sustentável e adaptado à realidade da cidade: o BRT (Bus Rapid Transit), conhecido localmente como Braga Metrobus.
O contrato de conceção-construção da linha vermelha foi assinado na passada sexta-feira, 3 de outubro, no Hospital de Braga, com a presença do presidente da Câmara Municipal, Ricardo Rio, e do presidente da ULS Braga, Américo dos Santos Afonso. Ambos sublinharam a importância do projeto para a mobilidade e para a vida da população, especialmente no acesso à zona hospitalar.
O procedimento pré-contratual foi lançado a 14 de maio, com um valor base de 35 milhões de euros. No total, quatro empresas ou consórcios apresentaram propostas, mas o vencedor foi o consórcio constituído pela M. Couto Alves (MCA), Painhas e Tecnifeira, com uma proposta de 32,6 milhões de euros (mais IVA). Deste valor, cerca de 800 mil euros destinam-se ao projeto de execução e 31,8 milhões à construção.
A empreitada, totalmente financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no âmbito do programa REPowerEU, deverá estar concluída até 30 de junho de 2026. “A meta é concluir esta linha vermelha até ao final do primeiro semestre do próximo ano”, garantiu Ricardo Rio. Para o autarca, o impacto será imediato: “A curto prazo os benefícios serão grandes para a zona hospitalar da cidade”.
O novo traçado vai ligar o Largo da Estação ao Hospital de Braga, passando por alguns dos principais pontos da cidade e integrando 12 estações. O sistema vai garantir rapidez, regularidade e fiabilidade, além de estar totalmente integrado com a rede dos TUB, através de uma bilhética unificada.
Também o presidente da ULS Braga destacou os benefícios do projeto: “O metrobus vai proporcionar uma forma de aceder ao hospital muito melhor do que a que existe atualmente”, referiu Américo dos Santos Afonso, acrescentando que a iniciativa é prova da “capacidade de estabelecer parcerias para dar resposta às necessidades da população”.
No total, o investimento global desta primeira linha ascende a 75,5 milhões de euros. Para Ricardo Rio, trata-se de um projeto emblemático: “O BRT é o resultado de um estudo técnico muito aprofundado. Estou muito orgulhoso deste trabalho e da equipa, que confirmou a confiança que sempre tivemos”.

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