Com mais de dois mil anos de história, Braga é a mais antiga cidade portuguesa — apesar dos vizinhos vimaranenses não gostarem de ouvir esta expressão porque, segundo reza a lenda, foi lá que “nasceu Portugal”. A maior cidade minhota é também uma das cidades cristãs mais antigas do mundo. Muitas vezes, entre a correria da rotina, esquecemo-nos da nossa riqueza patrimonial.
Se quiser aproveitar os feriados dos próximos dias, seja o da Páscoa, 25 de Abril ou o Dia do Trabalhador, aconselhamos que entre num tuk tuk e parta à descoberta. Afinal de contas, sermos turistas na nossa própria cidade pode ser tão bom quanto conhecermos um sítio novo. A experiência feita pela equipa da New in Braga é promovida pela operadora turística Living Tours, que conta com mais de 20 anos de experiências, especializadas em atividades, excursões, visitas guiadas que levam os visitantes a viver momentos únicos.
Braga conta com um património riquíssimo e é considerado o centro religioso do País. Este passeio, que dura entre 40 minutos a pouco mais de uma hora, dependendo das paragens para fotografar, leva-o à descoberta dos melhores lugares para visitar no centro histórico do concelho. Tenha em atenção que não terá a oportunidade de conhecer todos os monumentos que compõem a cidade, isto porque não é permitido o acesso do tuk tuk a todas as ruas do centro histórico. E se precisar de uma massagem, também é o passeio ideal, porque a calçada portuguesa faz parte da experiência.
Desde o Largo Carlos Amarante, o passeio vai levá-lo a percorrer os principais pontos históricos e arquitetónicos do centro da cidade. Contudo, se preferir e estiver alojado num hotel da cidade — assumindo que está mesmo no papel de turista, existe a possibilidade de pick up no local. O guia fará paragens para poder tirar fotografias nos principais pontos de interesse como a Igreja de Santa Cruz e a Igreja de São Marcos, passará ainda pelo Museu Pio XII e o Museu dos Biscaínhos, a Igreja do Carmo, bem como o edifício da Câmara Municipal e a Biblioteca Pública, sem deixar de lado a Sé Catedral (a mais antiga de Portugal) e o Arco da Porta Nova.
A nossa experiência
A cidade de Braga foi batizada inicialmente com o nome de Bracara Augusta no ano 16 a.C. em homenagem ao imperador César Augusto. Foi capital de Galécia, de onde irradiavam cinco Vias Romanas, com um vasto território que ia desde o norte do Douro até ao Cantábrico. Após conquistas e reconquistas de vários povos, o rei de Leão, D. Afonso IV, ofereceu-a como dote à sua filha D. Teresa, aquando do seu casamento com o Conde D. Henrique de Borgonha.
A longa história de Braga é visível nos seus monumentos e igrejas, com destaque para a imponente Sé Catedral, que mistura vários estilos, do romano ao barroco. Apesar da sua antiguidade, Braga combina uma dinâmica jovem que também vive nos seus monumentos, dos históricos aos mais modernos.
No nosso passeio foi possível fazer uma paragem pelo Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa, criado em 1918. Como o nome indica, a entidade dedica-se à investigação e valorização do património arqueológico, tendo o maior espólio de testemunhos arqueológicos da altura em que a cidade esteve sob a influência romana.
E como Braga é também considerada a “pequena Roma”, não poderíamos deixar de visitar as antigas termas romanas — mas não vale a pena levar biquíni que não estão em funcionamento. Contudo, foi possível espreitar o local, que será também transformado num museu em breve. Se este aspeto histórico de Braga for interessante para si, por recomendação do guia, faça ainda uma paragem no café Frigideiras do Cantinha, pois é por lá que poderá encontrar vestígios da antiga cidade romana, já que Braga foi construída sobre as ruínas de Bracara Augusta.
O nosso passeio incluiu ainda paragem pelo icónico Arco da Porta Nova ou Arco da Porta Aberta. Foi precisamente a partir deste monumento que surgiram duas expressões muito famosas da cidade. Se já foi “mandado abaixo de Braga” e não sabe o que significa, é melhor saltar este parágrafo. A expressão “Mandar abaixo de Braga” está diretamente ligada ao campo das hortas, próximo do Arco da Porta Nova, imediatamente fora das antigas muralhas da cidade. Como se encontra num nível mais baixo acabaria por levar com as águas residuais e dejetos, tratando-se de um local pouco agradável de se estar.
Já a expressão “És de Braga?” deve-se ao facto do Arco da Porta Nova nunca ter tido, de facto, uma porta. À data da construção, as guerras já não se verificavam e, como tal, a porta era redundante, por isso o arco está aberto. Assim, sempre que alguém deixa uma porta aberta (convidando quem quiser, a entrar) ouve imediatamente a expressão.
Contudo há muitas versões desta expressão. Segundo o Pórtico da Língua Portuguesa, esta expressão poderá dever-se a um arcebispo chamado Lourenço que, depois de destituído do seu cargo, foi a Roma convencer o Papa a restitui-lo.
Assim, a expressão “És de Braga” seria uma abreviatura de “És de Braga e chamas-te Lourenço?” e representaria alguém dotado de um poder argumentativo, de tal modo que as portas no seu caminho se abrem naturalmente. Outras versões referem-se ao espírito comunitário dos bracarenses: para que os vizinhos entrem sempre que quiserem, deixa-se a porta aberta.
Outra expressão muito famosa surgiu na nossa paragem na histórica Sé de Braga. Falamos da catedral mais antiga de Portugal e, além disso, a arquidiocese de Braga é também a mais antiga do País. É natural que a nossa Sé seja muito velhinha, contando com mais de oito séculos. Nesse sentido, a expressão “mais velho que a Sé de Braga” é aplicada quando se refere a algo muito velho, normalmente num tom sarcástico.
O passeio está disponível diariamente, em qualquer horário da sua preferência entre as 10 e as 18 horas, sendo que é feito sempre de hora em hora. Os miúdos entre os três e os 12 anos pagam 17,50€. Já para os adultos, o valor é de 35€. Os bebés até dois anos não pagam. As reservas podem ser feitas online.
Carregue na galeria para conhecer alguns dos monumentos do passeio.