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Residência Universitária da Confiança vai ser a maior (e a mais cara) do País

A antiga fábrica ganha nova vida como a maior infraestrutura académica nacional, com 876 camas e espaços culturais.
Uma das imagens de projeto.

O emblemático complexo da Fábrica Confiança está a ganhar um novo capítulo — desta vez ao serviço dos estudantes universitários. Inaugurado em 1921, o edifício foi adquirido pela Câmara em 2012, permanecendo em ruínas até agora. Com raízes na produção de sabonetes e perfumes até 2005, foi classificado como Monumento de Interesse Público em 2020 e chega ao nosso tempo transformado num projeto que combina história, habitação e cultura.

As obras da nova residência universitária Confiança, na rua Nova de Santa Cruz, em São Victor, já estão em curso e “decorrem a bom ritmo”. O progresso foi confirmado pelo presidente da Câmara, Ricardo Rio, que visitou o estaleiro no início da semana passada, companhado pelo reitor Rui Vieira de Castro, pela vereadora Olga Pereira e por responsáveis do Grupo Casais.

“Este é um projeto emblemático de regeneração urbana, numa zona central da cidade com inúmeras dinâmicas importantes”, sublinha o autarca. “É particularmente impactante pela resposta habitacional que oferece aos estudantes universitários, uma vez que permitirá duplicar a atual oferta de camas no concelho. Garantir alojamento digno, acessível e de qualidade é um factor decisivo para a igualdade de oportunidades no acesso ao ensino superior”, defende.

O presidente da Câmara destaca ainda a importância estratégica do investimento. “Trata-se ainda de um projecto inovador e sustentável, que está na vanguarda do desenvolvimento em engenharia. Braga ficará muito bem servida com uma infra-estrutura de grande impacto, que será, sem dúvida, uma mais-valia para o futuro da cidade, capaz de atrair e fixar talento nacional e internacional, e contribui para a sustentabilidade do próprio sistema de ensino superior”, acrescenta.

O empreendimento envolve um investimento de cerca de 25,5 milhões de euros, sendo financiado pelo PRR. O objetivo é duplicar a oferta de alojamento para estudantes, com 876 camas, superando as 786 inicialmente previstos. 

As tipologias dividem-se entre quartos individuais, duplos, triplos e adaptados com a missão de responder a uma carência palpável no mercado habitacional académico. Todavia, a ambição do projeto vai além de uma simples residência universitária. Está ainda prevista a construção de áreas comuns, salas de estudo, refeitório, lavandarias, cozinhas, zonas de convívio e ainda espaços acessíveis a pessoas com mobilidade reduzida — tudo pensado para melhorar a experiência académica.

Com o intuito de salvaguardar a memória industrial e dinamizar o comércio local, a intervenção vai preservar elementos arquitetónicos do antigo complexo. Está ainda prevista a criação de um espaço museológico, com cerca de 1.200 metros quadrados, que “manterá viva a memória da antiga fábrica de sabonetes e perfumes, integrando a residência num contexto cultural e patrimonial mais amplo”.

A Confiança será a maior residência universitária do País, tanto em número de camas como no volume de financiamento. A conclusão da empreitada está prevista para junho de 2026, posicionando Braga como referência nacional na oferta pública de alojamento estudantil e na reabilitação inteligente do seu património urbano.

A obra é conduzida pelo Grupo Casais, líder em construção sustentável. Com cerca de 15 mil metros quadrados de construção, vai ser preservada a fachada icónica e elementos da arquitetura industrial original, enquanto se introduz soluções sustentáveis e inovadoras, como o sistema híbrido CREE e a utilização de tecnologia Digital Twin para gestão energética e de manutenção.

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